Menina de foto ganhadora do Pulitzer lembra consequências em sua vida.
Ela chegou a ser usada pelo governo como 'modelo' contra o Ocidente.
Na imagem, a menina vai ter sempre 9 anos de idade, gritando "Muito
quente! Muito quente!" enquanto corre em desespero pela rua que sai de
seu vilarejo no Vietnã. Nua após sofrer ferimentos de explosivo napalm
em um bombardeio em 1972, ela vai para sempre ser uma vítima sem nome.
A imagem mais famosa da Guerra do Vietnã, feita pelo fotógrafo Huynh Cong "Nick" Ut, da Associated Press, completa na semana que vem 40 anos. A menina Kim Phuc, hoje aos 49 anos, conta que a fotografia passou a "persegui-la".
"Eu realmente queria escapar daquela pequena menina. Mas parece que aquela imagem não me deixava ir", diz Phuc.
Passados vários anos, ela e o fotógrafo já se reuniram diversas vezes
para recontar os acontecimentos no dia do bombardeio e suas
consequências, principalmente na vida da mulher. Phuc virou embaixadora
da boa vontade da Organização das Nações Unidas (ONU), e ajuda vítimas
de guerra.
Há anos moradora do Canadá, ela lembra do que foi obrigada a enfrentar
depois que o regime comunista do norte tomou conta do sul do Vietnã,
onde fica a vila em que ela nasceu. Vendo o potencial de usar a menina
como símbolo de suas críticas ao Ocidente, o governo obrigou-a a
abandonar a faculdade e passar a atender jornalistas, sempre em visitas
monitoradas.
"Eu fui queimada com napalm e me tornei uma vítima de guerra, mas
crescer daquele jeito me tornou outro tipo de vítima", lembra a mulher.
Nick Ut, fotógrafo que segue trabalhando para a Associated Press, visita a antiga casa de Phuc no vilarejo Trang Bang, perto de onde a famosa fotografia foi tirada (Foto: Na Son Nguyen/AP)
Fonte: G1
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